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O Câncer de Tireoide e as Radiografias Odontológicas

Não há relação causa-efeito entre a realização de radiografias odontológicas e o aumento do número de câncer de tireoide e de nenhum outro tipo. De acordo com o INCA, o aumento do câncer de tireoide nas mulheres se deve ao seu diagnóstico cada vez mais precoce, visto que os homens tem uma incidência menor de procura pelo diagnóstico, uso de aparelhos mais modernos, capazes de detectar tumores em estágios iniciais tem contribuindo para esse aumento no número de diagnósticos.

Devemos esclarecer sim, que qualquer dose de radiação tem potencial de produzir danos, mas, de acordo com a literatura, os seus efeitos oriundos de aparelhos de raios X odontológicos são mínimos! O risco de indução de câncer fatal por uma radiografia panorâmica é de 1:1.000.000 e por uma radiografia intra-oral de 1:10.000.0003.

Então conforme os estudo para exames periapicais e panorâmicos a dose de radiação é, em média, 10.000 vezes menor que a dose mínima de risco para o câncer, sendo assim, podemos afirmar que o risco de adquirirmos câncer em virtude de radiografias dentárias é praticamente nulo. No entanto, não podemos desconsiderar o fato de que qualquer exposição à radiação ionizante apresenta uma PROBABILIDADE de induzir ao câncer, por mínimo que seja. Por isso, medidas de proteção devem ser SEMPRE tomadas para manter este risco ainda mais baixo!

Mesmo com o baixo risco, não incentivamos de nenhuma maneira que o profissional ou o paciente negligenciem a radioproteção, pois sabemos que devemos considerar que os efeitos da radiação podem ser acumulativos

Visando minimizar os riscos e maximizar os benefícios do diagnóstico por imagem, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu a portaria nº 453 intitulada “Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico”. Toda clínica que utilize aparelhos de raios X no Brasil deve seguir estas normas para garantir a qualidade nos procedimentos de radiodiagnóstico prestados à população, assim como assegurar os requisitos mínimos de proteção radiológica.

Sendo assim, só devem ser solicitados os exames radiográficos se, realmente, houver necessidade de complementar o diagnóstico. O cirurgião-dentista deve estar ciente de que todos os exames em imaginologia odontológica têm suas indicações específicas.

Medidas básicas de proteção, como o uso de avental de chumbo e protetor de tireoide reduzem a radiação secundária que pode chegar às gônadas em 98% e à tireoide em 92%. O que vale ressaltar é que não há necessidade de utilizar o protetor de tireoide em todos os exames. Quando se realiza Radiografias Panorâmicas ou Tomografias Computadorizadas de Feixe Cônico para a região de mandíbula, o seu uso pode prejudicar a qualidade da imagem, pois quando posicionados no pescoço do paciente, o protetor pode “barrar” o feixe de raios X na região, fazendo com que seja produzida uma imagem na radiografia sobreposta a locais de interesse para o diagnóstico. Por isso, nesses casos, a recomendação é que apenas o avental de chumbo seja utilizado.

Então concluímos, não se tem relação do câncer de tireoide com as radiografias odontológicas, mas devemos sim, utilizar os equipamentos de segurança e apenas realizar radiografias se for para um diagnóstico!

Qualquer dúvida agende sua consulta aqui no sindicato.

Dra. Roberta Pinheiro
Dra. Roberta Pinheiro
CRO SP 83285, formada em 2004 pela Universidade de Mogi das Cruzes, possui o curso de Aperfeiçoamento de Face e CBMF (Cirurgia Bucomaxilo Facial) pelo Hospital Santa Marcelina – Itaquera de Janeiro de 2014 a Dezembro de 2016. Atende no Consultório do Sindicato desde 2006.

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